Tudo o que ocorre em nossas vidas, geralmente, tem uma razão de ser. Nada acontece em vão.
Há uma força estranha que nos impulsiona para um longo aprendizado.Nada acontece que não seja na medida certa..para o nosso amadurecimento espiritual e a inevitável e difícil passagem terrena.
Nossa vida, dia após dia, ganha novos contornos. Uma explosão de alegria e vivacidade invade a juventude, provocando milhões de sonhos, muita fé e esperança.
E então, o jovem acredita que o mundo lhe pertença, afinal... ele pode tudo.Ele é livre. Não há nada a temer. Quer provar, saborear, avidamente, dos grandes prazeres.Quer ser notado por todos. É rebelde, arrogante, exibicionista e materialista ao extremo.
Somente, está preocupado com a beleza física, com a prática de sexo, com suas vestimentas, com os modismos, as constantes e incansáveis festas..e demais desejos banais e pueris.
De repente... é despertado para o mundo das competições. Almeja alçar grandes vôos, galgar espaços, atingir posições, ser poderoso e, para tanto, está disposto a despender toda sua vasta energia. Quer estudar, trabalhar, usar de qualquer meio para atingir seu sonhado objetivo.Embora seus anseios sejam, todos eles, possíveis e legítimos, a vida lhe prepara insondáveis surpresas...
Com o passar dos anos, o jovem amadurece e, frustradas as suas expectativas, descobre o óbvio: somos todos seres mutáveis tal qual um simples arbusto: "Temos que germinar, florescer, aceitar os desígnios e, finalmente, perecer". Não basta querer, é necessário que as condições sejam propícias. As coisas são como são, não como gostaríamos que fossem. Ficamos aturdidos à mercê do imponderável e sempre desconhecido destino.
O tempo é implacável com todos, e jamais estabelece acordos. Enveredamos por outros caminhos, antes, jamais sonhados, mas, provavelmente, delineados por uma força superior. Nossos melhores sonhos são lançados ao vento, nossas esperanças caem por terra. Somos açoitados, maltratados pela vida . O peso dos anos, os infortúnios tais como as doenças, as eternas dificuldades e perdas, contribuem para dobrar os nossos joelhos, a nossa coluna e a nossa arrogância.. Então, depois de uma longa caminhada, percebemos que realizamos tão pouco, quase nada. E, somente nesse momento, voltamos o nosso triste olhar para o esquecido mundo espiritual e descobrimos que a nossa história já estava escrita, página por página…Somos meros fantoches nas mãos hábeis da Natureza.Não importa o quão alto tenhamos atingido, sempre seremos surpreendidos pelo amanhã.Um silêncio profundo, agora, invade nossa alma. É a hora da reflexão e, então, lembramos de Deus..e suplicantes pedimos a sua divina proteção:Livrai-nos do mal e melhorai a nossa sina.
Acreditem, não há nada que se possa fazer a não ser continuar sonhando com a inatingível felicidade.

Texto: Nelson Barh